top of page

Fachin e Fux mataram no peito e tornaram julgamento de Dallagnol no CNMP uma farsa


Por Antonio Mello*


Eu bem que estranhei quando li (e publiquei aqui) que o ministro Fachin havia mandado o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) julgar no dia de hoje o caso do Power Point do procurador de deus Deltan Dallagnol, que já havia sido adiado 42 vezes, desde 2018, quando a ação foi impetrada.

A Vaza Jato mostrou que Fachin, que sempre votou com eles, era lavajatista do peito e de raiz, tanto que cantaram "Aha uhu o Fachin é nosso!". O que levou Fachin então a pedir o julgamento, que se fosse adiado por mais alguns dias prescreveria? A resposta veio no próprio julgamento. Dallagnol só poderia sofrer três tipos de punição pela palhaçada criminosa do Power Point: 1) censura; 2) advertência; 3) afastamento - a mais grave. As duas primeiras já haviam prescrito, graças à quantidade absurda e inexplicável de adiamentos (42, repito). Restava a terceira, o afastamento de Dallagnol das funções, que seria a justa. Por essa ele ainda poderia ser punido. Mas, como no samba, porém, ai, porém... Para ser punido com afastamento das funções Dallagnol teria que ter sofrido uma punição anterior, ser reincidente. Ele teve: sofrera advertência por ter dito que ministros do Supremo aparentavam agir com leniência diante da corrupção. Aí entra Fux — aquele da famosa frase de Moro revelada também pela Vaza Jato: "In Fux we trust". Na semana passada, Fux foi cirúrgico para proteger Dallagnol de uma possível condenação a afastamento e suspendeu a pena para efeito de reincidência. Ou seja, Fachin ordenou o julgamento, porque sabia que o resultado seria obrigatoriamente o arquivamento, mesmo que todos achassem que Dallagnol deveria ser punido. É a famosa impunidade de que Dallagnol e Moro sempre falam, mas que os vem absolvendo ao longo do tempo. Por prescrição e proteção no andar de cima. Tudo aquilo que criticam nos outros.


Destaque
Tags
bottom of page