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Em 2 semanas, Brasil vê aumento de 53% em pessoas que têm ou tiveram coronavírus

FOTO: EBC


Estudo coordenado pela Universidade Federal de Pelotas considera presença de anticorpos na população



Um estudo coordenado pelo Centro de Pesquisas Epidemiológicas da Universidade Federal de Pelotas (Ufpel) mostra aumento de 53% na proporção da população brasileira que tem ou já teve a covid-19, em apenas duas semanas. O cálculo foi feito a partir da presença de anticorpos nas pessoas para o novo coronavírus.


A pesquisa, realizada em duas fases, se baseou em entrevistas e testes para o coronavírus. Durante quatro dias de coleta de dados em 133 cidades espalhadas por todos os estados do Brasil, os pesquisadores concluíram 31.165 entrevistas e testes para o coronavírus. Em 120 cidades, incluindo 26 das 27 capitais (com exceção de Curitiba), foi possível testar pelo menos 200 pessoas, todas selecionadas por sorteio. Para fins de comparação, na primeira fase da pesquisa, ocorrida entre 14 e 21 de maio, foram entrevistadas e testadas 25.025 pessoas, sendo que em 90 cidades foi possível testar 200 ou mais participantes.


Na segunda fase, no conjunto das 120 cidades avaliadas, o estudo identificou um percentual estimado de 2,8% de pessoas com anticorpos, considerada uma margem de erro de 2,6% a 3%. Essas 120 cidades correspondem a 32,7% da população nacional, totalizando 68,6 milhões de pessoas, entre as quais, 1,9 milhão (margem de erro de 1,7 a 2,1 milhões) estão ou já estiveram infectadas.


No dia 3 de junho, véspera do início da pesquisa, essas 120 cidades somadas contabilizavam 296.305 casos confirmados e 19.124 mortes. Os dados do EPICOVID19-BR estimam que, para cada caso confirmado de coronavírus nessas cidades, existem 6 pessoas com anticorpos na população.


O estudo também comparou os resultados por regiões do País e identificou que região norte tem o cenário epidemiológico mais preocupante do Brasil, o que já havia sido evidenciado na primeira fase da pesquisa. As 15 cidades com maiores prevalências incluem 12 da Região Norte e 3 do Nordeste (Imperatriz, Fortaleza e Maceió). Na Região Sul, nenhuma cidade apresentou prevalência superior a 0,5%, e, na Região Centro-Oeste, apenas três cidades superaram esta marca (Brasília, Cuiabá e Luziânia).


Também chama a atenção o aumento acentuado do percentual de pessoas com anticorpos para o coronavírus em algumas cidades do País. No Rio de Janeiro, por exemplo, a proporção estimada de pessoas com anticorpos para o coronavírus aumentou de 2,2% para 7,5%. Em Maceió, o aumento foi de 1,3% para 12,2%. Em Fortaleza, o aumento foi de 8,7% para 15,6%.


“Se fosse uma corrida de Fórmula 1, infelizmente, o Brasil é, de todo o autódromo, o carro que está acelerando com maior velocidade nessa expansão do novo coronavírus”, diz o coordenador-geral do estudo e reitor da Ufpel, Pedro Hallal.


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