Coluna Crítica & Autocrítica - nº 183
Por Júlio Garcia**
*Sobre Santiago/RS (I) - O foco principal da Coluna desta semana são alguns aspectos do dia-a-dia de nossa cidade de Santiago – que é, sem dúvida, um bom lugar para se viver: além do clima e da geografia privilegiada, seu povo é hospitaleiro, a cidade (seu centro, principalmente) é bonita, relativamente arborizada, florida, possui algumas praças, oferece amplos serviços, boas e variadas opções de culinária, educação e lazer...
*Mas problemas existem - e são vários, como a falta da diversificação da matriz produtiva (que, pelo jeito, só será efetivada com uma mudança substancial no cenário político local, a começar pelo o fim da hegemonia política conservadora, quiçá já nas próximas eleições - pois que, como é sabido, a alternância no poder é, quase sempre, salutar!). Também, fruto certamente desse continuísmo de direita - mas também do retrocesso político/social e econômico vivenciado no estado e no país no último período - temos o desemprego que se agrava (aumento da miséria, êxodo crescente de parcela significativa de nossa juventude que tem que se bandear para outros centros), bem como a falta de acessibilidade, de ciclovias; poluição sonora, calçadas esburacadas, debilidade do transporte público, matagais, vilas e bairros periféricos quase que eternamente ‘esquecidos’ pela administração municipal, dentre outras coisas negativas que afligem a maioria dos santiaguenses (como a violência que tem aumentado, inclusive praticada por excessos reiterados das ditas ‘forças da ordem’, conforme já registramos nesta Coluna).
*Uma das grandes preocupações no momento é o verdadeiro caos que se abate sobre o trânsito local. As ruas asfaltadas de mão única, convite à velocidade ... e suas (quase) inúteis e invisíveis passarelas de ‘segurança’ (?!!!) para os pedestres, o que aumenta a insegurança no trânsito, complica mais ainda a situação. Sem exagero, nossas vias asfaltadas estão se transformando em verdadeiras ‘pistas da morte!’ A cidade tem registrado números assustadores de acidentes e atropelamentos, especialmente nas vias asfaltadas do centro, além das Avenidas Alceu Carvalho e Aparício Mariense, principalmente. Somente neste início de ano já foram registradas 4 mortes no nosso trânsito, além de vários acidentes com feridos. Um número absurdo para uma cidade do porte de Santiago.
*O que fazer? Mesmo a contragosto (pelos engarrafamentos que eventualmente poderão causar), a implantação urgente de mais sinaleiras, lombadas, elevadas e redutores de velocidade (ou quebra-molas), além de fiscalização e campanhas de educação no trânsito, sem dúvida, deverá ajudar a diminuir a proliferação de acidentes e poupar vidas (humanas e de animais, também atropelados que são em grande número).
*Com efeito, o asfaltamento indiscriminado de várias ruas da cidade – no nosso entendimento, um equívoco, posto que sem a menor necessidade, uma vez que tínhamos ruas bem mais seguras, pavimentadas com paralelepípedos regulares, o que também contribuía para reduzir substancialmente a velocidade de carros e motos, principalmente.
*É sabido que o asfaltamento urbano trás, além dos custos $ exagerados, acidentes e atropelamentos, poluição, aumento da temperatura ambiente e alagamentos. Não é por acaso que, na Europa - e na maioria dos grandes centros urbanos mundiais -, o asfalto está sendo retirado das ruas, privilegiando a segurança e o bem estar das pessoas - e o meio ambiente. É hora do Executivo Municipal, dentre outras coisas, rever esse equívoco e investir os parcos recursos (que diz ter) invertendo prioridades, especialmente investindo nos bairros e vilas periféricos (como na limpeza urbana, calçamento, bocas de lobo – cuja boa parte encontra-se em petição de miséria, como ocorre no Bairro Alto da Boa Vista, dentre outros).
*Pensamos - com os alertas e sugestões acima elencadas – que estamos contribuindo e fazendo a nossa parte, como cidadãos, para a melhoria da qualidade de vida e da segurança do nosso povo. Com a palavra, agora, os nobres Edis, o titular do Executivo Municipal de Santiago, prefeito Tiago Gorski Lacerda (PP) e seus secretários.
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**Júlio César Schmitt Garcia é Advogado, Pós-Graduado em Direito do Estado, Consultor, Poeta, dirigente político (PT) e Midioativista. Foi um dos fundadores do PT e da CUT. - Publicado originalmente no Jornal A Folha (do qual é Colunista) em 07/02/2020.