Gleisi: Armação de Moro é reprise da denúncia de Abilio Diniz contra o PT; estelionatário usava cart
Moro armando novamente. A polícia que chefia planta pra cima do PT. É a nova versão do “sequestro de Abilio Diniz”. Tenha vergonha Moro, vc não pode comandar investigação na qual está envolvido. Esse novo show midiático só comprova que suas conversas com Dallagnol são verdadeiras. (Gleisi Hoffmann, presidenta nacional do PT).
Advogado diz que intenção de suposto hacker era vender conversas de Moro para o PT, manchetou esta noite a Folha de S. Paulo.
O advogado é de um sujeito que responde pela alcunha de Vermelho, que afirma nada ter a ver com o hackeamento supostamente cometido por Walter Degatti Neto, morador de Araraquara, um amigo dele.
Segundo o perfil Pavão Misterioso, ligado a bolsonaristas, o jornalista Glenn Greenwald teria pago a hacker russo, em criptomoedas, para obter as mensagens trocadas entre o então juiz Sérgio Moro e os procuradores da Lava Jato.
De acordo com o insuspeito G1, Walter é um estelionatário de ficha longa:
Walter, que morava em Ribeirão Preto (SP), tem passagens pela cadeia por crimes como venda de medicamentos controlados com uso de receita falsificada e por se passar por policial do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). Um dos mandados de prisão anteriores contra ele foi expedido para ser cumprido em um dos endereços alvos da Operação da Polícia Federal (PF) nesta terça-feira (23), em Araraquara (SP). Em abril de 2015, Walter foi preso com grande quantidade de comprimidos contendo substâncias como cloridrato de fluoxetina e sibutramina. Um receituário médico falsificado foi achado no apartamento alugado por ele na Vila Xavier, em Araraquara. Na época, ele se dizia investidor com renda mensal de R$ 4 mil. Também declarou não ter bens como carros ou imóveis. Uma BMW sem rodas foi apreendido na garagem do prédio dele. Com o suspeito, foram apreendidos um CPF falso usado para locação do imóvel e uma carteira de estudante da medicina da USP. Em depoimento, o suspeito disse que usava o documento para comprar ingressos pela metade do preço e para “engrandecer perante meninas para pegá-las”.
O advogado do casal Gustavo Henrique Elias Santos-Suelen Oliveira, ambos presos, disse em Brasília, sem apresentar provas, que Degatti Neto pretendia vender informações ao PT.
Degatti, assumidamente, diz que hackeou autoridades — mas nem a Polícia Federal confirma qualquer ligação entre ele e os vazamentos do Intercept Brasil.
Glenn Greenwald, advogado e jornalista do Intercept, sustenta que as mensagens são verdadeiras e que a operação da PF que prendeu quatro pessoas não muda nada disso.
Degatti é — ou foi — formalmente filiado ao DEM de Araraquara, partido de sustentação ao governo Bolsonaro.
Segundo a revista Fórum, o ex-DJ Gustavo, cujo advogado agora acusa Walter de pretender vender as mensagens ao PT, era bolsonarista de carterinha.
A PF diz que suspeita da movimentação bancária incompatível de Gustavo e da esposa, superior a R$ 600 mil.
O valor é inferior ao movimentado por Fabrício Queiroz, suspeito de ser laranja no enriquecimento da família Bolsonaro e que continua “desaparecido”.
O ex-juiz federal Sérgio Moro, agora ministro da Justiça, comanda a Polícia Federal que investiga o caso envolvendo o próprio ministro.
Mensagens reveladas pelo Intercept mostram Moro trocando mensagens com a acusação, mas jamais com advogados de defesa de acusados na Lava Jato.
O PT sempre foi alvo desse tipo de farsa, como ocorreu na véspera da eleição presidencial de 1989, quando a polícia vestiu camisetas do partido nos sequestradores do empresário Abílio Diniz antes de apresentá-los à imprensa.
O ministro Sergio Moro, responsável pela farsa judicial contra o ex-presidente Lula, comanda agora um inquérito da Polícia Federal com o claro objetivo de produzir mais uma armação contra o PT.
As investigações da PF sobre as pessoas presas em São Paulo confirmam a autenticidade das conversas ilegais e escandalosas que Moro tentou desqualificar nas últimas semanas.
Acuado, o ex-juiz repete seus conhecidos métodos: prisões espetaculares e vazamentos direcionados contra seus adversários.
É criminosa a tentativa de envolver o PT num caso em que é Moro que tem de explicar e em que o maior implicado é filiado ao DEM.
O PT sempre foi alvo desse tipo de farsa, como ocorreu na véspera da eleição presidencial de 1989, quando a polícia vestiu camisetas do partido nos sequestradores do empresário Abílio Diniz antes de apresentá-los à imprensa.
O PT tomará as medidas judiciais cabíveis contra os agentes e os responsáveis por mais esta farsa. Quem deve explicações ao país e à Justiça é Sergio Moro, não quem denuncia seus crimes.
Brasília, 24 de julho de 2019
Gleisi Hoffmann, presidenta nacional do PT Paulo Pimenta, líder do PT na Câmara dos Deputados Humberto Costa, líder do PT no Senado Federal