Guaidó pede invasão estrangeira na Venezuela. Maduro agradece
Vejam em que sinuca nos metemos com a ânsia de fazer politicagem com diplomacia.
Juan Guaidó, o tal autoproclamado “presidente encarregado” da Venezuela, hoje, indagado pela Folha,se estava defendendo uma possível intervenção militar estrangeira em seu país, respondeu: “eu quis dizer exatamente isso, que devemos considerar todas as opções. A Constituição venezuelana dá à Assembleia Nacional o direito de solicitar apoio desse tipo”.
Opa!
Não há na história do mundo constituição que dê a alguém o direito de pedir intervenção de exército estrangeiro num país, salvo se ele estiver sendo invadido por tropas de outro ou outros países.
Se essa é a proposta do Sr. Guaidó, recomenda-se ao General Mourão que, simplesmente, ignore qualquer possibilidade de diálogo com ele.
Porque a nossa Constituição é clara.
De cara, no artigo 4°, diz que “a República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: (…) III – autodeterminação dos povos; IV – não-intervenção; V – igualdade entre os Estados; VI – defesa da paz;
VII – solução pacífica dos conflitos”
Só o fato de aceitar discutir uma “solução” intervencionista, bélica, já é contrária à nossa Carta Magna.
Politicamente, Guaidó acabou dando razão a Nicolás Maduro, que denuncia um plano de invasão militar da Venezuela.
Ele assume expressamente o desejo de que ela ocorra.
O General Hamilton Mourão, enviado à Colômbia para discutir a crise, fará muito bem em deixar as tratativas se isso for proposto, e nisso terá todo o apoio da ala militar do governo.
*Por Fernando Brito, jornalista - Editor do Tijolaço