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Deputado que propôs liberar caça de animais chefiará Serviço Florestal Brasileiro


Colatto é dono de fazendas em Tocantins e Rondônia e defende retirada do porte de arma de fiscais ambientais | Foto: André Oliveira/ Câmara dos Deputados



Da Rede Brasil Atual*


A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, informou, nesta quarta-feira (16), que o ex-deputado Valdir Colatto (MDB-SC) vai comandar o Serviço Florestal Brasileiro. Segundo post no Twitter da própria ministra, o decreto já foi publicado e nomeação de Colatto é oficial. O emedebista é autor de um projeto de lei, apresentado em 2016, que libera a caça de animais silvestres no Brasil, mesmo dentro de unidades de conservação.


O Projeto de Lei (PL) 6268/16, de Colatto, ainda permite a criação de fazendas particulares de caça de animais silvestres e de zoológicos para a venda de animais a criadouros particulares. O texto só exclui da caça animais domesticados e espécies consideradas em risco de extinção. O projeto ainda dá a permissão para a comercialização de animais silvestres e enfraquece o poder de controle do Estado, ao tentar impor a retirada do porte de arma de fiscais ambientais.


A deputada federal Margarida Salomão (PT-MG) criticou a nomeação, em uma de suas redes sociais. “Agora não dá mais pra dizer que é a raposa cuidando do galinheiro. Se depender do nomeado para o cargo, caça-se inclusive a raposa”, disse.


Colatto é dono de fazendas em Tocantins e Rondônia e também apresentou um outro Projeto de Lei (PL) 1027/2007, que descaracteriza como improbidade administrativa qualquer ato de apoio de agentes públicos a produtores rurais em demandas apresentadas por associações e cooperativas.


O ex-deputado, que não conseguiu se reeleger em 2018, é alvo de críticas por entidades que preservam o meio ambiente. O coordenador de políticas públicas do Greenpeace no Brasil disse no ano passado, ao jornal Folha de S.Paulo, que o PL 6268/16 é um retrocesso. “O texto libera o abate de animais em situação de ameaça comprovada à agropecuária. Ou seja, animais que ameacem uma fazenda, por exemplo, poderiam ser mortos”, lamenta.


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