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COP24- Graças a Bolsonaro, Brasil recebe o prêmio 'Fóssil do Dia' na Conferência do Clima

Irônica premiação foi concedida após o presidente eleito cancelar a Conferência do Clima, que seria realizada no Brasil, em 2018, e ainda ameaçar sair do Acordo de Paris


São Paulo – RBA - Pela primeira vez na história da Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), um país recebeu o tradicional prêmio de “Fóssil do Dia” devido a declarações do seu presidente antes mesmo dele assumir o cargo.


A façanha coube ao Brasil, vencedor do irônico troféu dessa quarta-feira (5), durante a COP24, realizada em Katowice, na Polônia, "homenageado" por causa da postura de Jair Bolsonaro (PSL), que cancelou a realização da COP25 no Brasil, em 2018. Também contou pontos para o país ganhar o prêmio as falas do futuro chanceler Ernesto Araújo, ao dizer que o aquecimento global é uma invenção do "marxismo cultural globalista".


Durante a Conferência, o prêmio é concedido diariamente para países que se destacam por atrapalhar as negociações para o enfrentamento do aquecimento global e a redução da emissão de gases causadores do efeito estufa.


A iniciativa do prêmio “Fóssil do Dia” é da organização Climate Action Network, entidade que reúne mais de mil ONGs ambientalistas de todo o mundo.


“O que aconteceu com você, Brasil?”, questionou o apresentador do prêmio. “O local de nascimento da convenção climática da ONU (a Eco 92, realizada no Rio de Janeiro), uma vez celebrada por seus avanços espetaculares na redução do desmatamento e mitigação do aquecimento global, tornou-se motivo de chacota dos negociadores em Katowice”, afirmaram os organizadores durante a premiação.


“Bolsonaro cancelou a oferta para sediar a COP 25 no próximo ano porque leu no WhatsApp que o Acordo de Paris é uma ameaça à soberania do Brasil”, disse o apresentador, vestido com uma roupa de dinossauro. “Isso parece legítimo”, complementou, ironicamente.


Mas o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) não foi o único vencedor do prêmio “Fóssil do Dia”. Ele dividiu a honraria com a Arábia Saudita, país já conhecido pelos ambientalistas por dificultar acordos e estar, neste momento, atuando para atrapalhar as negociações que pretendem aumentar as metas de redução de emissão de gases estabelecidas no Acordo de Paris, em 2015, durante a COP21. (por Redação RBA)

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