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'O general acertou o capitão' (Fernando Brito)


Na penúltima pesquisa Ibope, Jair Bolsonaro tinha a seu lado 35% do eleitorado masculino e apenas 18% do eleitorado feminino. Na última rodada, ontem, estes números oscilaram dentro da margem de erro (+1% entre os homens e + 2% entre as mulheres).


Considerando ainda os arredondamentos, quase uma estabilidade.


O candidato da extrema-direita estava atento a essa disparidade e preparava uma série de peças para a internet buscando desmanchar a imagem misógina de sua candidatura, frequentemente reforçada pela trupe de “bombados” que o acompanha.


Não é à toa que o Ibope ontem mostrou que, no eleitorado unicamente feminino a situação é de empate técnico. (20 a 19% para Fernando Haddad).


No Datafolha da semana passada, o índice de rejeição de Bolsonaro entre as mulheres batia 49%, 11 pontos a mais que entre os homens.


A declaração de seu vice, General Mourão, sobre os lares chefiados por mãe e avó serem “fábricas de desajustados” tem um efeito terrível, de ofensa às mulheres – e não só a elas – em uma seara bem diferente do que convencionalmente se considera “feminismo”.


Pior: nos filhos, nos netos.


Já se vê o assunto não só nas redes sociais – onde o debate é mais frequente – mas nas conversas de fila de bancos, de lotéricas, de todos os lugares onde pessoas acabam externando opiniões e recebendo informações.


Tenha em conta que o “não voto” (indecisos e nulos +brancos) entre as mulheres, segundo o último Ibope, é de 27%, muito acima dos 16% registrados entre os homens.


O general fez um estrago que as pesquisas ainda não mediram.


(Por Fernando Brito, jornalista Editor do Blog Tijolaço)

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