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O país vai/precisa “pegar fogo”


Dia 15 de agosto será feito o registro da candidatura de Lula à Presidência da República. (Foto: Guilherme Santos/Sul21)

Por Selvino Heck (*)


“É preciso enfrentar a injustiça de um preso inocente. Lula não sairá da cadeia a frio por ação dos seus advogados.” São palavras do ex-ministro Gilberto Carvalho, repetidas na Plenária Sul da CUT em Porto Alegre, semana passada, e em várias manifestações na FEICOOP, Feira Internacional de Cooperativismo e Economia Solidária, em Santa Maria, Rio Grande do Sul, Feira que afirmou, de novo e sempre, que ‘um outro mundo é possível’ e ‘uma outra economia acontece’.


Até 15 de agosto, e até as eleições de outubro, o país vai/precisa ‘pegar fogo’, no sentido político e simbólico: ‘pegar fogo’ contra a perda de direitos das/os trabalhadoras/es, a triste notícia de que o Brasil está voltando ao Mapa da Fome, o desemprego que cresce todos os dias, a soberania nacional e sua riqueza sendo vendidas a troco de banana, as ameaças contra a democracia em todos os sentidos e com todos os Poderes, pelo direito de Lula ser candidato, contra o derretimento de um país e de uma Nação.


Não há mais tempo a perder. A sociedade ferve, tudo borbulha, as ruas gritam, o povo na rua cada dia com mais intensidade. Mobilizações de todos os tipos, todas as maneiras, todas as formas, pequenas e/ou grandes, minúsculas e/ou massivas, acontecem/acontecerão todos os dias. Tudo ao mesmo tempo agora.


Basta acompanhar o calendário político e a agenda de mobilizações do próximo período, para saber que estão dadas as condições para o país ‘pegar fogo’.


O Acampamento Lula livre!, em Curitiba, segue firme e forte, gritando bom dia, boa tarde, boa noite, presidente Lula.


Já houve o 18 de julho, os 100 dias da prisão de Lula, os 100 anos de Mandela, celebrados juntos: Mandela vive! Lula livre!


Está acontecendo em todos os lugares a Coleta de assinaturas pela liberdade de Lula: um milhão de assinaturas pelo menos, até 15 de agosto.


O Congresso do Povo e seu trabalho de base estão em pleno andamento. Na Região Metropolitana de Porto Alegre houve esta semana um Encontro de educadores, no Sindicato dos Metalúrgicos, para acelerar as visitas, as conversas, o diálogo com a população. Grupos de militantes vão estar na Lomba do Pinheiro, no Bairro Cruzeiro, nas cidades de Canoas, Alvorada para, o dia inteiro, visitar famílias, ouvir o que as pessoas têm a dizer, recolher o sentimento comum e popular. E falar sobre o momento, a realidade, os problemas do cotidiano das famílias e das comunidades, as lutas a serem feitas, na construção, no médio e longo prazos, de um Projeto de Brasil democrático e popular.


Em 27 de julho, sai a Caravana de Caetés e Caruaru, Pernambuco, terra natal de Lula, passa por vários Estados, chega em Curitiba, Paraná, para chegar em Brasília em 15 de agosto: solidariedade a mexer com a população, criar o sentimento geral de liberdade e justiça.


28 de julho, Rio Janeiro, FestiLula Livre, com Chico Buarque, Gilberto Gil e artistas, as canções de vida, os hinos de protesto, o canto da liberdade.


Dia 31 de julho, começa, em Brasília, uma Greve de Fome de 11 militantes, número igual ao de Juízes do STF, até 15 de agosto, ou o tempo necessário, a favor de Lula livre e o Direito de Lula ser candidato: sensibilizar o Poder Judiciário, tornar público o grito de revolta, mostrar que a injustiça está no ar, fazer um gesto extremo a favor da liberdade e da democracia.


4 de agosto, sábado, todas e todos estão convidados/chamados/convocados, em todo Brasil, a aderir à Greve de Fome dos 11 militantes, companheiras, companheiros, fazendo um Jejum nacional: em casa, na rua, no Encontro/Seminário/reunião onde cada um estiver, também no Encontro Nacional do Partido dos Trabalhadores que vai tornar oficial a candidatura Lula a Presidente. Num grande mutirão, o que deixar de ser comido no sábado 4 de agosto será doado para a população em situação de rua, ou para algum grupo social que trabalhe com pessoas em necessidade.


10 de agosto será o DIA DO BASTA! Paralisação nacional: por uma hora, todo dia, alguns minutos, atrasar a entrada, por um minuto que seja, na escola, na fábrica, no local de trabalho, qualquer gesto que signifique ‘estamos juntos’, ‘estou contigo, Lula’, ‘quero/exijo meus direitos e a democracia de volta’. Um protesto geral no país-continente, Norte a Sul, Nordeste, Sudeste, Centro-Oeste, em todas as latitudes e geografias.


E 15 de agosto, dia de luta, dia de celebração, dia de desobediência civil, dia do registro da candidatura a presidente do preso político Lula, como decisão e vontade de um povo, com 50 mil pessoas, ou mais, em Brasília. E milhares, ou milhões, nas ruas em todo Brasil.


Disse a deputada Maria do Rosário na FEICOOP em Santa Maria, ao lado de Gilberto Carvalho: “A mudança não é nem será feita por um homem ou por uma mulher, mas por todas e todos nós.”


O Brasil vai/precisa ‘pegar fogo’. Os tempos urgem e rugem. Os tempos exigem. Os tempos ardem. A História está sendo feita. A justiça, a verdade, a liberdade, a democracia, haverão de acontecer e prevalecer. Com o povo na rua, as bandeiras na mão, o país ‘pegando fogo’.


(*) Deputado estadual constituinte do Rio Grande do Sul (1987-1990).

Fonte: Sul21

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