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Poema


Apartheid Social


São milhares, são milhões

os moribundos sociais

as chagas estão abertas

no país dos desiguais.


Estão por toda parte

são multidões ... indigentes

nas favelas e nas vilas

ou nos guetos deprimentes

(causados pelo ‘apartheid’

da ‘sociedade’ ... indecente).


Olha só, meu companheiro

no que virou este povo:

são retalhos, fragmentos

-de vidas que se esgotaram

são pessoas maltratadas

-que de viver já cansaram.


Sorte cruel. Mas, será mesmo

‘sorte’? Mais uma vez vamos nós

culpar de novo o destino?


-Vamos ser mais consequentes:

Cobrar das autoridades

uma atitude decente

que acabe com o desatino!


O que iremos fazer?

Ficar de braços cruzados?

Ou agir como cidadãos?


Recuperar nossos sonhos,

ter coragem/ ter visão

deixar de mediocridade

-reerguer esta Nação!


Pois assim, já não dá mais.

São milhares, são milhões

os moribundos sociais.

-As chagas continuam abertas

no país dos desiguais.


Júlio Garcia


***


(Do meu livro Cara & Coragem – Poemas – 1995)


**Republicado na coluna que assino no jornal A Folha - Edição 639, de 11/05/2018.

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