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RS: Sartori fecha escolas, desdenha a pesquisa e aprisiona o futuro



Por Sergio Araujo (*)


“O futuro tem vários nomes. Para os fracos e covardes, chama-se Impossível. Para os comodistas, Inútil. Para os pensadores e valentes, Ideal”. (Victor Hugo)


Há dois séculos o então pensador francês, Victor-Marie Hugo (1802-1885) afirmou que “quem abre escolas, fecha uma prisão”. Pois o governo Sartori não só desdenhou desse adágio, fechando escolas, como sequer se precaveu contra a inversão da profecia, construindo presídios.


Mas o descaso para com a importância do conhecimento não se limitou aos bancos escolares. Chegou às instituições de pesquisa. Na contramão dos países que se tornaram potências econômicas e sinônimos de qualidade de vida por investirem em inteligência, Sartori extinguiu fundações voltadas à investigação cientifica, como a Fundação de Economia e Estatística (FEE) e a Fundação de Ciência e Tecnologia (Cientec).


Ora, ao reduzir o número de escolas e ao exterminar instituições de pesquisa, o governo Sartori demonstra, inequivocamente, seu despreparo e seu descaso para com o futuro do Rio Grande. Ainda mais quando os argumentos para o desmonte se baseiam exclusivamente em critérios econômicos.


E por não valorizar e privilegiar cabeças pensantes, o atual governo não tem planos e muito menos projetos para resolver os graves problemas que tiram o sono dos gaúchos. Sequer um mínimo esboço de projeto de desenvolvimento foi desenvolvido nos três anos de seu governo.


Obcecado por cortar direitos trabalhistas, reduzir o tamanho da máquina pública e aprofundar o endividamento do estado para com a União, mediante uma relação de dependência inescrupulosa com o tal Regime de Recuperação Fiscal (RRF), Sartori age como um déspota.


Ou governar de costas para a sociedade, sem jamais consultá-la, não é agir de forma ditatorial, desumana e antidemocrática? E o descaso para a opinião pública é tamanho que tramita na Assembleia Legislativa, que ironicamente se denomina a “Casa do Povo”, projetos de lei que dispensam a consulta da população, via plebiscito, para a venda da CEEE, CRM e Sulgás.


Ao dedilhar incessantemente o “samba de uma nota só” (que a solução para o caos financeiro é o ingresso no RRF) e sem dizer com clareza onde irá aplicar os recursos advindos dos empréstimos que serão realizados, Sartori mantém a postura esfíngica em relação ao destino do Rio Grande.


Pela lógica, desconfio que nem mesmo o governador saberá o que fazer caso a União atende o clamor pela repactuação da dívida. Tal qual um cachorro que corre atrás do pneu de um automóvel e que fica sem saber o que fazer quando ele para de rodar, a falta de planejamento torna impossível a previsão dos últimos onze meses de Sartori.


Mas os arautos do engodo já distribuem falsas esperanças. “Vamos colocar o salário dos servidores em dia, pagar os fornecedores e prestadores de serviços e investir em infraestrutura”, dizem os governistas. “E com isso aumentaremos as chances de Sartori se reeleger, afirmam os líderes peemedebistas. Como é? Então não bastou iludir o eleitor na campanha de 2014? Querem mais, é isso?


Resta saber se os partidos aliados que estão anunciando que terão candidatura própria irão se deixar levar pela cantilena peemedebista de que é preciso manter o projeto de poder de centro-direita? Que projeto? O de impedir que o PT retorne ao governo do Estado? Ora, que pequenez. Se esta for realmente a motivação está explicada a desvalorização da inteligência enquanto indutora do desenvolvimento do estado.


E os partidos de oposição, vão manter o comportamento obsequioso e complacente, adotado na campanha anterior e no período do atual governo? Ou vão usar a campanha eleitoral para desmascarar o estereótipo Sartorão das Massas? E o eleitor, vai continuar acreditando em fantoches confeccionados pela indústria do marketing? Pensem nisso enquanto o número de escolas ainda se mantém superior ao de presídios.


(*) Jornalista (via Sul21) - Charge do Latuff

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