Tempestades severas devem aumentar no RS nos próximos anos, diz pesquisador
Sul21 - por Marco Weissheimer* - A tempestade que atingiu Porto Alegre e outras cidades do Rio Grande do Sul no último dia 1o de outubro não foi um ponto fora da curva, mas a confirmação de uma tendência à qual a população dessa região e as autoridades públicas devem se acostumar e, sobretudo, se preparar para minimizar danos. A Fundação de Economia e Estatística (FEE), entidade que o governo José Ivo Sartori (PMDB) está prestes a extinguir por considerá-la dispensável para o desenvolvimento do Estado, promoveu, dia 4 de outubro, um debate sobre a agenda global das mudanças climáticas e o impacto dessas mudanças no Rio Grande do Sul. Francisco Eliseu Aquino, professor e pesquisador do Centro Polar e Climático, do Instituto de Geociências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Mariana Lisboa Pessoa, geógrafa pesquisadora da FEE foram convidados a debater esse tema e deixaram clara que a produção de conhecimento sobre as mudanças climáticas em curso no planeta é estratégica, não só para a segurança das populações, mas para a própria definição de políticas públicas para o desenvolvimento da região.
Francisco Aquino iniciou sua intervenção assinalando que a região Sul do Brasil e o Rio Grande do Sul em especial estão localizados em um ambiente atmosférico favorável a tempestades e, em virtude do aquecimento global da temperatura, esse quadro deve se acentuar nas próximas décadas. Os dados mais recentes não deixam muitas dúvidas sobre a realidade desse fenômeno. Nos últimos 30 anos, a temperatura média global subiu um pouco mais de um grau Celsius. O ano de 2016, destacou o pesquisador da UFRGS, foi o mais quente do último século, atingindo temperaturas até 5 graus Celsius acima da média em determinadas regiões. Não foi um aquecimento localizado apenas em algumas regiões, mas em praticamente todo o planeta. E a curva segue ascendente em 2017. O primeiro trimestre deste ano foi o mais quente do último século e o último mês de agosto um dos mais quentes do último século. (...)
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