O general falou, e Barroso não piou, por Luís Nassif*
Gilmar e Luis Barroso são dois Ministros falantes, cada qual com seu estilo, cada qual a seu talante, um com a rudeza taurina, outro com a fala elegante, um, direto, ofegante, outro liso e palrador, o falastrão perdigoto, o boquirroto finório.
Falam muito, muito opinam, sempre falam, falam sempre, nunca se negam a falar, e se as falas por aqui, eu repito e embaralho é porque é o seu retrato, pulando de galho em galho, falando de déu em déu, jogando palavras ao vento, pontificando ao léu.
Dão palpite em política, em reforma trabalhista, Gilmar é mais detalhista, Barroso é orelha de livro, Gilmar é um garantista sempre em defesa dos seus; Barroso é o maneirista encobrindo o filisteu.
Ambos são candidatos a campeões do Supremo.
Mas quando um general produziu um terremoto, não contendo no discurso a incontinência verbal, o tosco saiu em viagem, o astuto escafedeu e a jovem democracia ficou à mercê de Deus.
E coube a Marco Aurélio, Ministro que pouco opina fora dos autos sair em defesa da lei, confirmando, na prática, aquele dito feliz: aquele que fala muito, muito fala e pouco diz.
*No Luis Nassif Online - GGN