Jornal do Comércio - Entrevista com o Deputado Marco Maia
Reproduzimos abaixo as principais partes da entrevista concedida pelo Deputado Federal Marco Maia (PT/RS) ao jornalista Edgar Lisboa, repórter em Brasília do Jornal do Comércio (de Porto Alegre/RS):
Novo sistema eleitoral
"Estamos nesse momento trabalhando na possibilidade para ter um acordo para a votação da reforma política. Principalmente no tema que diz respeito ao novo sistema eleitoral. Buscamos um entendimento de uma intermediaria entre o distrital e o distritão", afirmou o ex-presidente da Câmara e deputado federal gaúcho Marco Maia (PT, foto). Para o deputado, superada esta fase da reforma política, costurado esse acordo, embora o processo não se encerre apenas com a votação da Câmara, a discussão vai ainda até o final deste mês.
Impactar o debate
Maia chama atenção para o pedido de abertura de investigação da Procuradoria-Geral da República contra Michel Temer (PMDB) que "deve chegar, de novo, à Câmara". Alguns dizem que chega com menos força em razão da situação frágil do procurador atual, Rodrigo Janot; mas, para Maia, "os elementos probatórios e as delações, principalmente, de Lúcio Funaro, esse novo delator, são de que há provas muito fortes, "contundentes, cabais e que irão impactar o debate da sociedade e também o debate na Câmara". Deveremos entrar o mês de outubro discutindo o pedido de investigação do Supremo Tribunal Federal (STF) contra o presidente Temer, acentuou o petista.
Não realização de eleições
"Na minha compreensão", avalia Marco Maia, "não está descartada a não realização de eleição no próximo ano, porque se esses setores que deram o golpe perceberem que existe a mínima possibilidade de perderem a eleição, podem construir um debate, uma discussão e um clima no Congresso para não realizar as eleições. Tenho visto declarações das mais variadas possíveis, inclusive, aqueles que acham que, para o bem do País, a estabilidade da economia, uma eleição agora será muito ruim. São aqueles que já enxergam a possibilidade de o Lula concorrer à presidência e com isso romper o golpe que foi dado no ano passado".
Sem plano B
Para o deputado, o PT não trabalha com o plano B. Está trabalhando com o plano A, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) candidato. (...)
*Fonte: Jornal do Comércio